terça-feira, 14 de maio de 2013

Teníase e Cisticercose

 
Ovos de Taenia spp

A teníase, popularmente conhecida como “solitária”, é uma doença causada pela presença da forma adulta de Taenia solium ou Taenia saginata no intestino delgado do homem. Estes vermes são cestódeos que apresentam o corpo em forma de fita, sendo que a T. solium pode atingir cerca de 8 m de tamanho e a T. saginata, 12 m. O suíno e o bovino são os hospedeiros intermediários da T. solium e T. saginata, respectivamente.
A cisticercose humana é causada pela presença de formas larvárias da T. solium nos tecidos.

Manifestações clínicas

A teníase é frequentemente assintomática, sendo a infecção percebida pela eliminação de proglotes do verme. Nos casos sintomáticos a teníase pode causar dor abdominal, náusea, debilidade, perda de peso, apetite aumentado, diarréia e constipação.
As manifestações clínicas da cisticercose humana dependem da localização e do número de larvas que infectam o indivíduo, do tipo morfológico, do estágio de desenvolvimento dos cisticercos e da resposta imunológica do hospedeiro. As localizações preferenciais dos cisticercos são o sistema nervoso central e o globo ocular.

Modo de transmissão

 
Verme adulto de Taenia spp

A teníase por T. solium é adquirida por meio da ingestão de carne de porco crua ou mal cozida que contém as larvas císticas (cisticercos) e a teníase por T. saginata ocorre pela ingestão de carne bovina crua ou mal cozida que contém os cisticercos. Quando o homem ingere, acidentalmente, os ovos de T. solium em água ou alimentos contaminados, adquire a doença cisticercose.

Diagnóstico laboratorial

O diagnóstico laboratorial da teníase baseia-se no encontro de proglotes nas fezes. Os anéis de T. solium são expulsos de forma passiva, em grupos de 3 a 6 proglotes, enquanto que os da T. saginata são eliminados de forma ativa, forçando a passagem pelo orifício anal, em qualquer momento do dia ou da noite. A clarificação das proglotes com ácido acético permite o diagnóstico diferencial entre as duas espécies de Taenia, com base no aspecto e número de ramificações uterinas das proglotes.
Os ovos podem ser encontrados no exame parasitológico de fezes e pelo método da fita adesiva transparente. As técnicas imunológicas com soro e líquido cefalorraquidiano são utilizadas no diagnóstico da neurocisticercose.

ESQUISTOSSOMOSE

  • INTRODUÇÃO
Ao que se sabe, a esquistossomose é doença que acontece a espécie humana desde remota antigüidade pois, quando examinadas múmias do antigo Egito, foram encontradas leões produzidas pela doença.
O médico alemão Theodor Bilharz (1825-1862), descobriu o verme causador da doença ao qual, mais tarde, foi atribuído o nome de Schistosoma. Posteriormente, verificou-se serem cinco as espécies de Schistosoma, que causam doença no homem: Schistosoma mansoni, Schistosoma haematobium, Schistosoma japonicum, Schistosoma intercalatum e Schistosoma mekongi, das quais apenas a primeira, causadora da esquistossomose mansônica, ocorre no Brasil.
Aqui, a transmissão da doença teve inicio com a chegada dos escravos africanos, provenientes de regiões endêmicas, porém não há registros dessa época. Em 1908, o professor Manuel Augusto Pirajá da Silva (1873-1961) publicou os resultados de observações, realizadas na Bahia, relatando a ocorrência de Schistosoma mansoni em nosso país, só que o mesmo morreu antes da descoberta do medicamento. Sabe-se também que tais ocorrência coincidiam com áreas onde existiam caramujos planorbídeos.

  • NOME CIENTIFICO E POPULAR
  • O latim cientifico Schistossoma, "tipo de verme", do grego skhistos (latim schistos), "dividido, separado, fundido", e grego soma, "corpo". Origem do respectivo derivado português esquistossomose, também esquistossomíase. Formando no século XX sobre o latim cientifico Schistossomiase, sinônimo de Bilharziosis, do latim cientifico Bilharzia, popularmente conhecido como barriga d’água.

    • DISTRIBUIÇÃO
    • O esquistossomo já contaminou mais de 10 milhões de pessoas no mundo inteiro.
      Ocorre em várias partes do mundo, principalmente na região do Oriente próximo (Israel, Arábia Saudita, Iêmen, Irã, Iraque), grande parte da África (Egito, Líbia, Moçambique, Camarões, Nigéria, Angola et), Antilhas (Porto Rico, República Dominicana) e América do Sul (Venezuela e Brasil).
      No Brasil, onde é conhecida também pelos nomes de: xistosa, doença do caramujo, barriga d’água, xistosomose e bilharzíose, apresenta ampla distribuição, atingindo estados do Norte (Pará, Rondônia), todo o Nordeste brasileiro, a região Sudeste (Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espirito Santo), a região Sul (Paraná e Santa Catarina) e o Centro- Oeste (Goiás e Distrito Federal).

        • AGENTE ETIMOLÓGICO
      • Nome (científico e popular):
      • Schistossomo
      • Classificação

      • Filo Platyhelminthes, classe trematóda, gênero schistossoma, sendo três as espécies parasitas do homem:
        • Schistossoma haematobium - agente da esquistossomose ou bilharziose vesical;
        • Schistossoma mansoni - responsável pela esquistossomose chamada intestinal e
        • Schistossoma japonicum - produtora da esquistossomose japônica ou moléstia katayama.
        1. Habitat natural e/ou hospedeiro definitivo
        2. Os vermes adultos habitam principalmente o conjunto de vasos que liga o intestino ao fígado (sistema porta-hepático).
        3. Morfologia
        4. Os trematodos apresentam simetria bilateral e três tecidos embrionárionários: ectoderma, endoderma e mesoderma. A ectoderma forma a epiderme, a endoderma origina o intestino e a mesoderma origina o mesênquima, tecido que preenche o corpo e forma os órgãos internos (como os reprodutores por exemplo). Por isso, eles são denominados triblásticos ou triploblásticos. Estes platyhelminthes parasitas têm o corpo geralmente revestido por uma cutícula resistente, secretada pela epiderme, na qual não estão presentes os cílios.
        O Schistossomo macho mede cerca de 12mm de comprimento por 0,44mm de largura. É largo na posição mediana e afilado nas extremidades do corpo. Seu corpo é achatado dorsoventralmente, advindo daí sua classificação (platy, achatado + helminthes, verme). A fêmea é mais comprida e fina que o macho e mede 1,5mm por 0,16mm.
        Em sua região anterior, existem estruturas especializadas na fixação do verme ao hospedeiro, as ventosas.
      • Reprodução

      • Apresentam-se sexualmente diferenciados, portanto com reprodução sexuada, com desenvolvimento indireto, observando-se no macho uma fenda longitudinal chamada canal ginecóforo , onde a fêmea se aloja na cópula e fica instalada a maioria do tempo. Esse canal facilita a reprodução. Cada fêmea pode colocar até 400 ovos por dia que são liberados nas fezes das pessoas doentes.

        • HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO

          1. Nome (científico e popular)
          2. Biomphalaria glabrata
            (mais importante); Biomphalaria tenagophala e Biomphalaria straminea. Vulgarmente conhecimento como caracol ou caramujo.
            b) Classificação

            Filo Mollusca, classe Gastrópoda, família Planorbidae, gênero Biomphalaria, espécie glabratus, boissyi
            c) Habitat natural

            Valas e remansos dos córregos, onde a água seja escassa.
            d) Hábitos

            Estes animais de água doce vivem geralmente longe da luz solar.
            e) Morfologia

            Seu pé liga-se diretamente à massa visceral. A massa visceral está contida na concha, que fica em posição dorsal e que geralmente apresenta-se enrolada em espiral. Na cabeça dos caramujos existem dois pares de tentáculos maiores (ou na base destes).
            f) Alimentação

            Material orgânico
            g) Reprodução

            Os gastrópodes aquáticos apresentam desenvolvimento indireto, passando por duas formas larvais.
            No interior da massa visceral, normalmente no ápice da concha, encontra-se a gônada única e hermafrodita, que produz óvulos e espermatozóides, sendo por isso chamada ovoteste. Do ovoteste, parte o duto hermafrodita, que se abre na camara da fecundação; desta partem dois dutos: o duto deferente, que leva os espermatozóides até o poro genital comum, onde se encontra o pênis, e o oviduto, que desemboca na vagina, que, por sua vez, abre-se no poro genital comum. Da porção da vagina próxima ao oviduto, parte um duto, que forma, na extremidade, a espermateca ou receptáculo seminal. Anexa ao aparelho reprodutor na altura da câmara de fecundação abre-se a glândula albuminosa.
            A reprodução sexuada começa com a aproximação dos dois indivíduos, que justapõe os poros genitais; cada um dos copulantes introduz seu pênis no poro genital do parceiro e ocorre a transferência recíproca de um espermatóforo, que é um pacote de espermatozóides. Os parceiros então se separam. Em cada um deles, os espermatozóides vão à espermateca, onde ficam armazenados. Enquanto isso, o ovoteste produz óvulos, que caminham pelo duto hermafrodita até à câmara da fecundação, onde fecundam os óvulos, que em seguida, recebem reservas da glândula albuminosa. Os ovos são então eliminados pelo poro genital. Nos moluscos gastrópodes terrestres, o desenvolvimento dos ovos é direto: a eclosão do ovo libera um pequeno molusco semelhante aos pais.
            Muitos gastrópodes aquáticos, entretanto, possuem desenvolvimento indireto, existindo dois tipos de larvas entre ovo e adulto. A primeira fase larval é chamada trocófora e posteriormente transforma-se na véliger, que afunda e transforma-se num gastrópode jovem.

            • DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
            • Uma das doenças mais graves com generalizadas infestações que assolam as populações do interior do país, atingindo cerca de 10 milhões de pessoas, é muito difundida na América Central e do Sul, principalmente Venezuela e Brasil, sobretudo no Nordeste, onde a esquistossomose é uma doença endêmica. No entanto, não é apenas nessas áreas que a doença ocorre, pois está em fase de expansão em nosso território, expandindo através das migrações dos doentes às precárias condições de vida da população rural brasileira.

              • CICLO EVOLUTIVO
              • Desenvolve-se em duas fases: uma no interior do caramujo e outra no organismo do homem. Este, quando doente, elimina ovos do verme juntamente com as fezes. Em contato com a água, os ovos rompem-se e libertam os miracídios que são larvas ciliadas, que nadam ativamente e penetram nas partes moles do caramujos.
                Depois de 30 dias, após a contaminação do caramujo, os ovos do Schistossoma libertam larvas microscópicas, ciliadas, chamadas de miracidio, que completam o seu ciclo vital em apenas 48 horas. Se não encontram um hospedeiro intermediário, essas larvas, incapazes de infestar o homem, morrem. Mas se encontram o hospedeiro apropriado, nele penetram e aí continuam o seu ciclo evolutivo formando esporocistos dando origem até 300 mil novas larvas que retornam ao meio líquido, estas sim, infestantes, e denominadas cercarias (furcocercarias porque são de cauda bifurcada).
                Assim, milhares de cercarias vão deixando o corpo dos moluscos e retornam à vida aquática também por um curto espaço de tempo. As pessoas ao entrarem em contato com essas águas, ficam contaminadas. As larvas infestantes penetram através da pele, sendo o homem o hospedeiro definitivo do Schistossoma.
                No homem, as cercárias alcançam a corrente sangüínea, passando pelos pulmões, coração até chegar ao fígado.
                Lavadeiras, crianças, trabalhadores, ao entrarem em contato com essas águas, ficam contaminados. As larvas infestantes penetram através da pele ou das mucosas, atingindo as veias ou os vasos linfáticos, as cercarias já sem a cauda , começam a evoluir até as formas adultas do verme caindo a seguir na corrente sangüínea e chegando ao coração. Daí podem ser enviadas a todo o corpo, embora apenas as que chegam ao sistema porta se desenvolvam. Após cerca de um mês, já são machos e fêmeas adultos, iniciando a reprodução. Os ovos do Schistossoma, providos de um característico espinho lateral que facilita a perfuração da parede do vaso e sua penetração no intestino, são levados através dos capilares sangüíneos até as paredes intestinais. Este processo dura em torno de dez dias. No vigésimo sétimo dia, já se encontram vermes acasalados e a postura de ovos pode começar no trigésimo dia. A partir do quadragésimo dia, ovos podem ser encontrados nas fezes.
                Ao cabo de algum tempo a mucosa é atravessada, chegando à luz do intestino grosso, de onde são expelidos juntamente com as fezes.

                • TRANSMISSÃO
                • O veículo de transmissão do agente infeccioso são as águas contaminadas por larvas infestantes.
                  Depende: da presença de portador humano, eliminando ovos do verme nas fezes; da existência de hospedeiro intermediário, que é o caramujo e, finalmente, do contato do homem com a água contendo cercárias de S. mansoni.

                  • PERÍODO DE INCUBAÇÃO
                  • Geralmente é de quatro a seis semanas após a infeção.

                    • PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE
                    • O homem, uma vez infectado, pode continuar eliminando ovos por vários anos, particularmente se ocorrer reinfecção.

                      • PRINCIPAIS SINTOMATOLOGIAS DA DOENÇA
                      • As hemorragias digestivas representam as manifestações clínicas mais importantes dessa forma da doença. A apalpação do abdômen revela hépato e esplenomegalia. Certos pacientes, com hipertensão porta, apresentam atraso no seu crescimento, hipoplasia genital, sendo comum, também, a amenorréia. As varizes do esôfago são vistas ao exame radiológico e a esplenoportografia coloca em evidência grande parte do sistema porta, extra e intra-hepática e da circulação hepática. Numa hipertensão porta, acompanhada de uma esplenomegalia, o quadro hematológico é bem definido, caracterizado principalmente pelas citopenias periféricas, isoladas ou combinadas, ao lado das alterações medulares correspondentes. O proteinograma revela habitualmente diminuição da albumina e aumento da fração de gama. Citadas as principais manifestações, é então necessário saber que a doença tem duas fases: a aguda e a crônica.
                        A fase aguda, geralmente só é percebida em pessoas de área não endêmica e depende do número de cercárias infectantes. Inicialmente, surge coceira e vermelhidão no local de penetração da cercária. O infectado pode apresentar febre, suor frio, dor de cabeça, dores musculares, cansaço, perda de apetite, emagrecimento, tosse, dores de barriga. Algumas pessoas relatam enjôos e vômitos. Há emagrecimento, o fígado fica um pouco aumentado e doloroso a palpação.
                        A fase crônica é em geral assintomática, ocorrendo eventualmente diarréia alternada com prisão de ventre. A doença, no entanto, evolui para formas graves, sendo uma delas a hipertensão porta. Nessa forma há alterações no fígado com aumento de seu tamanho (hepatomegalia) e posterior cirrose (lesões graves). Há também aumento do volume do baço (esplenomegalia) e hemorragias por rompimento de vasos no esôfago. Nessa fase aumenta o volume abdominal por extravasamento de plasma sangüíneo (ascite); motivo pelo qual a doença é vulgarmente conhecida como barriga d'água.

                        • TRATAMENTO
                        • Atualmente conta-se com dois medicamentos para o tratamento da esquistossomose mansônica. A primeira escolha é o oxamniquine, administrado por via oral. O medicamento deve ser tomada após as refeições e pode apresentar como efeitos colaterais: tonturas, enjôos, vômitos e sonolência. É contra-indicado para mulheres grávidas ou que estejam amamentando. A segunda escolha é o praziquantel.
                          O controle de cura deve ser feito através de exames de fezes até seis meses após o tratamento.

                          • MEDIDAS DE PROFILAXIA E CONTROLE DA DOENÇA
                          • No combate à esquistossomose várias medidas teriam de ser adotadas e seguidas com decisão e perseverança. Entre elas as seguintes:
                            - Destruição sistemática dos hospedeiros intermediários no seu habitat natural pelo uso de substâncias moluscocidas, pela drenagem de lagos e córregos ou pelo emprego de um peixe, a tilápia, que se alimenta desse molusco combate ilógico.
                            - Identificar as áreas contaminadas e submetê-las a processos de saneamento. Evitar por todos os meios a utilização de águas infestadas e possibilitar a utilização pelos trabalhadores, de botas, luvas e mesmo roupas protetoras, quando houver necessidade de nelas trabalhar.
                            - Evitar que os excrementos de pessoas portadoras da doença possam ser carregados pela água das chuvas, fazendo instalar esgotos que sejam submetidos à esterilização ou através de campanhas educativas que induzam à utilização de fossas pelas populações que vivem nas áreas contaminadas.
                            - Mantenha a casa limpa, não ande, descalço, cuide bem das plantas e animais e beba água filtrada ou fervida.
                            Como foi possível de observar, as medidas de profilaxia consistem basicamente em medidas preventivas, de fundamental educação sanitária das populações sobre o modo de transmissão da doença, mas pode-se acrescer o fato de que a cura já foi descoberta. Trata-se do hicantone, substância quimioterápica de eficiência comprovada na maioria dos casos.

                            

                            quarta-feira, 8 de maio de 2013

                            Vacina Nacional Contra a Gripe

                            Vacina nacional contra a gripe foi prorrogada até 10 de maio.
                            Publico alvo: Idosos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), crianças de seis meses a dois anos, Indígenas, Trabalhadores da aréa da saúde e pessoas com doenças crônicas. Procure o posto de saúde mais próximo da sua casa. obs: Não esqueça de levar o cartão de vacina.


                            Atenciosamente: Amigos da Enfermagem, Unicel - Faculdade Literatus.

                            sábado, 4 de maio de 2013

                            Enterobíase ou Oxiurose

                                                           

                                                 Enterobiose

                            Enterobíase/Enterobiose ou Oxiurose/Oxiuríase é o nome da infecção causada poroxiúros  (Enterobius vermiculares, vermes nematódeos com menos de 15mm de comprimento e que parasitam o intestino humano. É uma das doenças parasitárias mais comuns do mundo, sendo frequente mesmo em países desenvolvidos, atingindo cerca de 11-21% da população por ano, sendo mais comum em crianças pequenas.
                            Enterobíase
                            Macho e fêmea do Enterobius vermicularis. A fêmea mede 10mm e o macho entre 3 e 5mm.
                            Classificação e recursos externos






                            Causas


                            O oxiúro é um verme nematoide pequeno e fusiforme. As fêmeas têm cerca de 1 centímetro e cauda longa, enquanto os machos apenas 3 milímetros.
                            Após deglutição dos ovos, as formas adultas formam-se no intestino. Aí macho e fêmea acasalam, guardando a fêmea os ovos fecundados. O macho morre após a cópula e é expulso junto com as fezes. A fêmea então migra para o cólon distal e para o recto. De noite a fêmea sai do recto passando pelo esfincter e deposita os ovos na mucosa anal e pele perianal, do lado externo do corpo, voltando depois para dentro. Este processo é extremamente irritante porque o contrário da mucosa do intestino, mucosa anal e a pele são muito sensíveis, de forma consciente, e os movimentos da fêmea são percebidos pelo hospede como prurido.
                            As fêmeas põem mais de 10.000 ovos (40 micrómetros) que são lavados ou ficam agarrados à roupa interior, caem e misturam-se no pó, ou podem ainda ser levados pelas fezes. É comum em casos de diarreia ou fezes moles, saírem fêmeas adultas também com as fezes, que são visíveis movendo-se à superfície da água da sanita ou vaso sanitario.

                            Transmissão


                            Por água, alimentos, poeira ou objetos levados a boca contaminados com os vermes. As fêmeas produzem grande quantidade de ovos na região perianal. Os ovos são transparentes, muito resistentes, leves e conseguem resistir até três semanas em ambientes domésticos. Crianças pequenas que coçam a área e colocam os dedos na boca podem se recontamina mais de uma vez.
                            Crianças em idade pré-escolar ou escolar e pessoas que cuidam dessas crianças são os mais afetados. A dificuldade em eliminar os ovos, impedir reinfecções, medicar todos infectados, mesmo os assintomáticos, e impedir a importação de novos vermes torna essa doença extremamente difícil de ser eliminada. Mais de 1 bilhão já foram infectados em todo o mundo, mas como os sintomas são pouco incômodos.

                            Progressão


                            Os vermes adultos vivem no intestino grosso e, após a cópula, o macho é eliminado. As fêmeas fecundadas não fazem oviposição no intestino e têm seu útero abarrotado com aproximadamente 11.000 ovos. Em um determinado momento o parasita se desprende do ceco e é arrastado para a região anal e perianal, onde se fixa e libera grande quantidade de ovos.
                            E vermicularis é o parasita de maior poder de infecção, pois seus ovos necessitam de apenas seis horas para se tornar infectantes.
                            Ao serem ingeridos, os ovos sofrem a ação do suco gástrico e duodenal, libertando as larvas que se dirigem ao ceco, onde se fixam e evoluem até o estágio adulto. A duração do ciclo é em média de 30 a 50 dias.

                            Sinais e Sintomas

                            O sintoma característico da enterobíase é o prurido anal, que se exacerba no período noturno devido à movimentação do parasita pelo calor do leito, produzindo um quadro de irritabilidade e insônia. Outros sintomas comuns são:

                            • Coceira no ânus,
                            • Enjoo/náusea,
                            • Vômitos,
                            • Dores abdominais,
                            • Cólicas;
                            Em alguns casos ocorrem sangue nas fezes. É comum também que não hajam sintomas além da coceira anal.
                            Nas mulheres, o verme pode migrar da região anal para a genital, ocasionando prurido vulvar, corrimento vaginal, eventualmente infecção do trato urinário, e até excitação sexual. Apesar da sintomatologia, não se verifica eosinofilia periférica e os níveis de IgE em patamares dentro da normalidade, com exceção de estudo de infecção massiva promovendo uma alta elevação de IgE sangüínea e contagem de eosinófilos.

                            Diagnóstico


                            O método de escolha utilizado para o diagnóstico da enterobíase difere em relação às outras verminoses em geral. As técnicas habituais de demonstração de ovos de helmintos não apresentam positividade superior a 5% dos casos, uma vez que as fêmeas não fazem oviposição no intestino.
                            Pode-se usar uma fita de celofane adesiva e transparente, ou fita gomada, para detectar ovos na região anal. A outra técnica não habitual descrita na literatura é chamada de vaselina-parafina (VASPAR). Adota-se como padrão da colheita do material pela manhã, antes de o paciente defecar ou tomar um banho. Caso não seja possível tal procedimento, pode-se optar pela coleta após o paciente ter se deitado. Este material é então analisado em microscópio para confirmar a presença do parasita.

                            Tratamento

                             O mebendazol é administrado por via oral, 100 mg, independente da idade do paciente, apresentando eficácia de 90 a 100% de cura, com raros efeitos colaterais. O albendazol é receitado na dose de 400 mg, também independente da idade, e proporcionando taxa de cura também perto dos 100%. Náuseas, vômitos, diarréia, secura na boca e prurido cutâneo podem surgir após a ingestão, porém é raro o seu acometimento.


                            Prevenção

                            A higiene permite reduzir a probabilidade de contaminação, assim como a limpeza frequente dos quartos das crianças e sobretudo em zonas em que se acumula o pó como debaixo da mobilia e ao redor de portas. É preferivel limpar com pano molhado de modo a não levantar pó que pode ser inalado ao varrer. As roupas das crianças devem ser trocadas frequentemente, e as suas unhas cortadas de modo a não reter ovos ao coçar.


                            quinta-feira, 11 de abril de 2013

                            ANCILOSTOMOSE

                            Também conhecida popularmente como “amarelão”, esta é uma doença provocada por vermes nematódeos da espécie Ancylostoma duodenale e Necator americanus. Estes se instalam no sistema digestivo dos seres humanos e passam a se alimentar do sangue do hospedeiro.
                            É frequente que esta doença provoque anemia e sirva de porta de entrada para outras complicações como amenorréia (interrupção da menstruação), transtornos de crescimento e desnutrição profunda. O contágio ocorre através dos ovos eliminados por homens contaminados. Estes podem estar na terra, por exemplo, e quando alguém pisa em uma das larvas é imediatamente contaminado. As larvas são ativas e conseguem penetrar na pele.
                            Após adentrarem no organismo, estas larvas atingem a circulação sanguínea, passam pelo coração, pelos alvéolos pulmonares e de lá seguem para os brônquios, a traqueia, a faringe e continuam a descer até chegar ao intestino delgado, onde se transformam em adultos. Após haver o acasalamento os ovos são liberados através das fezes. Já no solo os ovos se rompem e as larvas são soltas. Estas estão livres para penetrar na pele de qualquer indivíduo. Locais úmidos e escuros são ideias para mantê-las ativas.
                            Caso as larvas sejam ingeridas ao invés de penetrarem pela pele, estas alcançam o intestino delgado sem percorrer o caminho mencionado acima. Outros sinônimos desta complicação são “doença do jeca-tatu”, “anemia-dos-mineiros” e “mal-da-terra”.
                                                                

                            ancilostomose


                            Agente causador

                            A ancilostomose é causada por nematelmintos. As espécies parasitárias são Ancylostoma duodenale e Necator americanus. O tamanho destes microrganismos varia em torno de 0,8 a 1,3 cm. Quando estão presentes nas fezes possuem aparência avermelhada, devido à hematofagia que realizam no intestino dos hospedeiros.
                            Um aparelho bucal característico destes seres permite que eles fiquem fixos ao ducto intestinal. Na porção anterior eles possuem pequenos dentículos afiados que rasgam a parede do intestino provocando hemorragias. Através das lesões eles se alimentam, sugando o sangue do hospedeiro. Cada fêmea consegue produzir cerca de 30 mil ovos por dia. Estes se tornam embrionários em 24 horas.



                            verme ancilostomose


                            Diagnostico

                            Diante dos sintomas é comum que as pessoas logo busquem por ajuda médica. Estes tendem a ser incômodos e doloridos. Caso não se procure por um profissional o quanto antes a ancilostomose pode deixar sérias sequelas, já que costuma levar a um quadro terrível de anemia. Portanto, diante dos sintomas ou de qualquer sinal estranho que seu corpo esteja enviando, não hesite em procurar por um especialista.
                            Uma breve conversa com o paciente e uma análise clínica fazem o médico já suspeitar de um caso como tal. Entretanto, é importante se estabelecer o diagnóstico correto para que o tratamento seja eficiente. Desta forma, alguns exames laboratoriais podem ser solicitados. O exame de fezes talvez seja o mais eficiente neste sentido. É preciso levar o material para análise para que se observe a presença ou não de ovos dos nematelmintos nas fezes do paciente. Podem também ser encontrados vermes adultos nas fezes, assim como a presença de sangue oculto.
                            Após estabelecido o diagnóstico diferencial de outras parasitoses e até mesmo de anemia por outros motivos, é preciso dar início ao tratamento o quanto antes. Um quadro de desnutrição pode provocar consequências terríveis no organismo e deixar sérias sequelas.


                            Sintomas

                            No local por onde a larvar penetrou no organismo é gerada uma reação inflamatória de feia aparência. Com o passar do tempo é comum haver quadros de tosse e até mesmo de pneumonia, devido ao fato de as larvas estarem passando pelos alvéolos pulmonares, brônquios e outras regiões do sistema respiratório.
                            Ao chegarem ao sistema digestivo começam os sintomas característicos da região. Os dentes cortantes dos nematelmintos perfuram a parede do intestino provocando dores intensas, cólicas, hemorragias e náuseas. Caso não se busque logo por auxílio médico, os parasitas podem sugar tanto sangue a ponto de levar a pessoa a desenvolver uma grave anemia.  Outras consequências graves quando não se recebe o devido tratamento são caquexia, transtornos de crescimento e amenorréia, por exemplo. Mulheres grávidas podem ter partos com feto morto. Portanto, diante de quaisquer sinais procure imediatamente por auxílio médico. Sintomas aparentemente simples podem ser indícios de algo muito mais complexo.


                            Prevenção

                            Esta doença é bastante frequente entre pessoas que trabalham no campo ou em fazendas. Isto porque muitos ainda possuem o hábito de caminharem descalços. Uma das medidas mais importantes para manter-se prevenido da ancilostomose é sempre fazer uso de calçados, principalmente quando em contato com a terra. Esta pode estar contaminada com milhares de larvas dos parasitas, portanto, tome cuidado.
                            Construir sanitários adequados e com fossa séptica é outra medida de muita importância. As fezes não devem, em hipótese alguma, entrar em contato com o solo e com a água. Uma série de doenças pode ser evitada somente através desta simples medida: nunca faça suas necessidades fora do banheiro. Os portadores precisam ser devidamente tratados para que não infestem a região. É aconselhável realizar discussões na comunidade para orientar sobrea prevenção desta e de diversas outras doenças.

                            Tratamento

                            O tratamento é simples e rápido. Por este motivo, deve-se procurar sempre por auxílio médico quando algo de errado está acontecendo com o seu corpo. Desta forma você mantém a sua saúde protegida e a de outras pessoas também. Junto ao tratamento é importante ainda manter bons hábitos de higiene e jamais andar descalço sobre a terra, caso contrário um novo contágio pode se tornar possível.
                            Quando diante dos sintomas, procure por um médico. Provavelmente este irá indicar o uso de vermífugos e de outros fármacos para alívio dos sintomas. A melhora é rápida quando a procura por ajuda é feita no início da doença. Esta pode levar a um sério quadro de anemia e desnutrição quando não tratada devidamente. Sua vida pode ficar em risco. Portanto, não hesite em procurar por ajuda e, em hipótese alguma, realize automedicações. O uso indevido de certos medicamentos pode complicar ainda mais uma situação ou acabar levando ao surgimento de outros transtornos. Realize exames de rotina e frequente periodicamente um médico, desta forma seu organismo fica monitorado e sua saúde 100%.

                            segunda-feira, 25 de março de 2013

                            Conceitos de Parasitoligia
                             
                            Definitivo/Intermediario 

                            Caso o parasitismo exija mais de um hospedeiro, entende-se
                            que hospedeiro definitivo é aquele onde se desenvolvem as
                            formas sexuadas do parasito ( Taenia saginata)
                             
                            Vertebrado/Invertebrado
                             
                            Caso o parasitismo exija mais de um hospedeiro, mas as
                            formas sexuadas não existem ou estão presentes em ambos
                            hospedeiros (Leishmania spp.)
                             
                            Tipos de hospedeiros:
                            Vetor:
                            Todo o organismos que transmite um patógeno; a maioria dos vetores são artrópodes e também são parasitos
                             
                            – Mecânico: o parasito é disseminado por transporte mecânico simples;
                             
                            – Biológico: o parasito necessita realizar parte de seu ciclo no vetor;
                             
                            – Portador:
                             
                            • Indivíduo susceptível a um patógeno, manifestando a
                            parasitíase em maior (sintomático) ou menor grau (oligo ou assintomático) (Trichomonas vaginalise o homem)
                             
                            – Reservatório
                             
                            • Indivíduo onde o parasito permanece viável, sem causar a
                            doença (Trypanosoma cruzi e o gambá)
                             

                            Ação do parasito no organismo hospedeiro
                            Mecânica:
                             
                            • Obstrução ou compressão dos tecidos do hospedeiro (Ascaris lumbricoides);
                             
                            – Tóxica/Imunológica:
                             
                            • Liberação de substâncias com ação tóxica ou que induzem a reações de hipersensibilidade ( Plasmodium falciparum);
                             
                            – Espoliativa
                            • Consumo direto dos tecidos do hospedeiro ( Ancylostoma
                            duodenale);
                             
                            –Contaminativa
                             
                            •Transmissão de doenças infeccciosas; é geralmente realizada por vetores ( Pediculus humanus)
                             

                                                                 Ascaridíase

                            Doença parasitária causada por um verme popularmente chamado de lombriga. Algumas vezes estes vermes podem viver por muito tempo dentro do indivíduo sem que qualquer sintoma se manifeste, porém quando estes estão em grande número as complicações são sintomáticas.
                            Esta verminose intestinal é provocada pelo Ascaris lumbricoides. É mais recorrente em locais com saneamento básico ruim ou ausente. Maus hábitos de higiene e de alimentação são os fatores responsáveis por esta ser uma das doenças parasitárias mais disseminadas em todo o mundo. O homem é considerado o único reservatório de tal e a contaminação se faz através da ingestão de ovos do parasita.
                            A fêmea do Ascaris lumbricoides consegue, em um local propício, produzir até mesmo cerca de 200 mil ovos por dia. Parte destes ovos é eliminada através das fezes do hospedeiro. Quando outra pessoa entra em contato com estes ovos, seja devido a alimentos, água ou solo contaminado, por exemplo, dá-se início a um novo ciclo evolutivo.
                            Os ovos ingeridos caem no intestino. As larvas se soltam e rompem a parede deste órgão, em direção à circulação sanguínea. Percorrem um caminho pelo fígado, passando também pelo coração e pelos pulmões. Após atingirem várias partes do sistema respiratório, estas migram para o tubo digestivo. Lá evoluem para a forma adulta e, no período certo, reproduzem-se. Dando origem a novos ovos que serão liberados pelas fezes.

                            O verme Ascaris lumbricoides é quem provoca a ascaridíase. Quando uma pessoa já contaminada lança ovos deste parasita na água, no solo ou em alimentos, estes permanecem lá até que entrem em contato com outro homem. Os ovos, quando em outro organismo, seguem o ciclo evolutivo conforme mencionado acima.
                            Uma mesma pessoa pode estar com até mesmo 600 destes parasitas em seu interior. O comprimento destes varia bastante, ficando em média entre 15 a 40 cm. Os machos costumam ser menores do que as fêmeas e possuem a cauda enrolada no final. A reprodução é sexuada e ambos possuem cor branca amarela, de aspecto brilhante e lisa

                            Como se descobre a doença (diagnóstico)

                            ascaridiaseDiante dos sintomas muitas pessoas recorrem a um médico para a realização de exames. Por ter característica assintomática em certos casos, algumas pessoas podem passar anos contaminadas sem saberem da existência dos parasitas. Por este motivo é muito importante que todos consultem um médico frequentemente e realizem exames de rotina, para um bom monitoramento da saúde.
                            Através de um exame simples como o de fezes, por exemplo, pode-se ter o correto diagnóstico da doença. Ovos serão encontrados e deve-se dar início imediato ao tratamento. A ascaridíase é muito comum de se desenvolver e é mais frequente em países do Terceiro Mundo. Nestes locais o cuidado deve ser, portanto, ainda maior. Exames periódicos e cuidados com a higiene e a alimentação são muito indicados.
                            Dependendo do local em que estão, as larvas vão gerando complicações diferentes no organismo. Quando se encontram nos pulmões a irritação local gera sintomas em específicos. Já quando estão no tubo digestivo as complicações são outras. Cada verme adulto pode viver por cerca de 1 ano dentro de uma mesma pessoa.

                            Sintomas

                            Dependendo do local em que estão, as larvas vão gerando complicações diferentes no organismo. Por apresentar um ciclo pulmonar, esta doença gera sintomas bastante característicos com os de infecções pulmonares. No final do ciclo evolutivo, ao chegarem ao intestino, estas estão em fase adulta e provocam outros sintomas. Podemos destacar complicações como:
                            • Dificuldade respiratória;
                            • Náuseas;
                            • Vômitos;
                            • Tosse seca;
                            • Febre;
                            • Dor abdominal;
                            • Diarreia;
                            • Falta de apetite;
                            • Flatulência;
                            • Obstrução intestinal, quando o número de vermes é grande.

                            Em algumas pessoas pode ocorrer de nenhum sintoma ser detectado. Em crianças, caso a contaminação seja excessiva, há até mesmo o perigo de morte. Deve-se, portanto, estar sempre atento a quaisquer sinais que o corpo possa estar enviando e realizar exames de rotina sempre que possível.



                            Prevenção

                            A ascaridíase pode ser prevenida através de simples medidas de saneamento básico. Lavar sempre muito bem alimentos em água corrente, beber somente água filtrada ou fervida e lavar as mãos após ir ao banheiro também auxilia na prevenção desta doença.
                            lombrigaHigiene pessoal é fundamental, assim como evitar ingerir alimentos crus ou mal cozidos. Como é bastante frequente em locais com saneamento básico precário, as populações destas regiões devem realizar exames periódicos, principalmente em zonas com clima subtropical ou tropical.
                            Não é indicado fazer uso de fezes como adubo. Este é um dos principais motivos de proliferação da doença. O cuidado com crianças deve ser dobrado, pois estas costumam brincar no solo e colocar as mãos sujas na boca, além de ainda não terem noções de higiene desenvolvidas.
                            Pessoas que foram diagnosticadas com ascaridíase devem seguir corretamente o tratamento para que não venham a contaminar outros indivíduos. Diante de quaisquer sintomas deve-se procurar imediatamente por um médico especialista.

                            Tratamento

                            Esta doença é tratada principalmente através do uso de medicamentos. Remédios em específico para a ascaridíase serão recomendados pelo médico, todos estes via oral. Desta forma será realizado um esforço para erradicar a larva do organismo.
                            Além do tratamento com remédios, a pessoa deve estabelecer bons hábitos de higiene e de alimentação, para que não ocorra uma nova contaminação. Muitos dos sintomas também precisam ser tratados com o uso de medicamentos. É indicado que todas as pessoas consultem regularmente um médico e realizem exames de rotina. Somente desta forma é que doenças podem ser diagnosticadas previamente e, com isto, receber o tratamento adequado o quanto antes. Muitas doenças quando previamente diagnosticadas não deixam se quer nenhuma sequela.
                            Crianças com ascaridíase devem receber o tratamento adequado e também a ajuda dos pais. Estas ainda não sabem ao certo como ter bons hábitos de higiene e, portanto, uma nova contaminação pode facilmente acontecer. Quando o tratamento for feito da maneira correta o prognóstico é bom. Não deixe de ir em busca de ajuda quando seu corpo emitir sinais. O cuidado com a saúde é fundamental.

                             

                             

                            TRICOMONÍASE

                            Tricomoníase é uma doença sexualmente transmissível causada pelo parasita Trichomonas vaginalis. Nas mulheres a tricomoníase é uma das principais causas de vaginite e corrimento vaginal, mas costuma ser uma infecção assintomática nos homens. Neste texto vamos abordar os modos de transmissão, os sintomas, diagnóstico e tratamento do Trichomonas vaginalis.
                             
                            Se você quiser ler mais sobre vaginite, temos um texto sobre corrimento vaginal onde abordamos outras causas como gonorreia, Gardnerella, candidíase e corrimento vaginal fisiológico: CORRIMENTO VAGINAL | VAGINITE

                            Transmissão da tricomoníase
                            A tricomoníase é causada pelo protozoário unicelular Trichomonas vaginalis que pode ser visto na imagem à esquerda.

                            A tricomoníase é uma das principais DST curáveis no mundo, acometendo cerca de 170 milhões de pessoas todo ano.
                            
                            (Protozoário causador da tricomoníase)
                             
                            A transmissão é pela via sexual e, curiosamente, só se dá através do sexo entre mulher/homem ou entre mulher/mulher. A transmissão do Trichomonas entre homens é rara, não sabe bem porquê. A via sexual é virtualmente a única forma de transmissão, sendo incomum a contaminação através de roupas, toalhas ou outros fômites.
                            (Trichomonas vaginalis em preparação corada pelo Giemsa.)
                             
                             
                            (Penis com erosão, resultante da Trichomonas vaginalis)
                             
                             
                             
                            O Trichomonas vaginalis é um parasita que só infecta o ser humano; costuma viver na vagina ou na uretra, mas pode também ser encontrado em outras partes do sistema geniturinário. O protozoário causa lesão do epitélio vaginal, levando à formação de úlceras microscópicas que aumentam o risco de contaminação por outras DSTs, nomeadamente o HIV, HPV, herpes, gonorreia e clamídia.
                            O período de incubação, isto é, o tempo entre a contaminação e o aparecimento do sintomas, varia geralmente entre 4 a 28 dias, todavia muitas pessoas são carreadoras assintomáticas do parasita por longos períodos. Algumas mulheres possuem o Trichomonas por meses antes de surgirem sintomas, tornando muito difícil definir a data em que ocorreu a contaminação.

                            Sintomas da tricomoníase
                            a.) Tricomoníase no homem

                            No sexo masculino a infecção pelo Trichomonas vaginalis costuma ser assintomática e transitória, melhorando espontaneamente em muitos casos. O homem costuma ser um carreador assintomático do parasita. Quando há sintomas, o quadro mais comum é a uretrite (inflamação da uretra) levando à dor para urinar e corrimento uretral purulento. Uma complicação pouco comum mas possível é a infecção da próstata pelo Trichomonas, levando à prostatite.
                             
                            b) Tricomoníase na mulher

                            No sexo feminino a infecção pelo Trichomonas vaginalis também pode ser assintomática, mas pelo menos 2/3 das mulheres infectadas apresentam sintomas. O quadro mais comum é a vaginite, inflamação da vagina que cursa com corrimento amarelo-esverdeado de odor desagradável associado à disúria (dor para urinar), dispareunia (dor durante o ato sexual) e prurido (coceira) vaginal.

                            A tricomoníase não tratada é fator de risco para infertilidade e câncer do colo do útero. Nas grávidas a infecção está associada a parto prematuro.

                            Diagnóstico da tricomoníase
                            O quadro clínico das vaginites apenas sugerem a causa mais provável, não sendo possível estabelecer o diagnóstico sem exames complementares. Para se confirmar a presença do Trichomonas vaginalis o ginecologista realiza um exame ginecológico, que normalmente detecta uma vagina inflamada e com pequenas úlceras. Durante o exame colhe-se uma amostra de secreção vaginal para ser estudada no microscópio. Em até 70% dos casos é possível identificar o protozoário se movendo nas secreções.

                            Se o quadro clínico e o exame ginecológico forem muito sugestivos, mas o exame microscópico for negativo, é possível fazer uma cultura da secreção, que costuma dar o resultado entre 3 a 7 dias. O exame de PCR (DNA) também pode ser usado; é mais caro, porém apresenta resultados mais rapidamente e com mais segurança.

                            O exame de papanicolau pode também detectar o Trichomonas, mas sua sensibilidade é baixa, deixando passar cerca de 50% dos casos, além de ter uma alta taxa de falso positivo.

                            Tratamento da tricomoníase
                            O Metronidazol e o Tinidazol são as duas opções de tratamento para a tricomoníase. A taxa de cura com esses antibióticos é superior a 90% e nenhuma outra droga apresenta tamanha eficácia. O esquema indicado consiste em 2 gramas de Metronidazol ou Tinidazol por via oral (4 comprimidos de 500mg) em dose única.

                            Atenção, é estritamente proibido o consumo de álcool em quem está sendo tratado com uma das duas drogas. É preciso esperar no mínimo 3 dias devido ao risco grave reação.
                            É importante tratar evitar relações sexuais durante uma semana e o(a) parceiro(a) também deve ser tratado(a), mesmo que esteja assintomático(a) para evitar a reinfecção. Cerca de 70% dos parceiros de um paciente infectado também estão infectados pelo parasita.

                            Como a taxa de sucesso é muito alta, se os sintomas desaparecerem não é preciso repetir exames para se confirmar a cura.

                            O metronidazol não trata as outras causas de vaginite, como gonorreia e candidíase. Portanto, se você tem um corrimento, evite a auto-medicação e procure seu ginecologista.

                            Prevenção da tricomoníase
                            Para se reduzir o risco de contaminação pelo Trichomonas:

                            - Use sempre camisinha durante as relações sexuais.
                            - Evite ter múltiplos parceiros(as).
                            - Evite relações com pessoas sabiamente contaminadas e ainda não tratadas.
                            - Se você tem corrimento, evite relações sexuais até ser vista pelo seu ginecologista.

                            sábado, 9 de março de 2013

                            Giardíase

                            A giardíase é uma infecção do intestino delgado causada pela Giardia lamblia, um parasita unicelular.
                            A giardíase ocorre em todo o mundo e é especialmente frequente entre as crianças e nos locais onde as condições sanitárias são deficientes. É frequente entre os homossexuais. Também é mais habitual entre as pessoas que têm um baixo conteúdo de ácido no estômago, naquelas em que este órgão foi extraído cirurgicamente, nss que sofrem de pancreatite crónica e nas pessoas cujo sistema imunitário é deficiente.
                            O parasita transmite-se de uma pessoa para outra através de Cistos que se eliminam pelas fezes. A transmissão pode verificar-se diretamente entre crianças ou parceiros sexuais, ou ainda de forma indireta, através de alimentos ou água contaminados.

                            Sintomas e diagnóstico

                            Os sintomas, que costumam ser ligeiros, incluem náuseas intermitentes, eructações, uma maior quantidade de gases (flatulência), queixas abdominais, fezes volumosas e com mau cheiro e diarreia. Se a afecção é grave, é possível que o doente não consiga absorver dos alimentos os nutrientes mais importantes e, como resultado, perde muito peso. Desconhece-se o motivo pelo qual a giardíase interfere na absorção de nutrientes.
                            Giardíase

                            Giardia lamblia: parasita intestinal

                            Os sintomas orientam o médico para o diagnóstico. Este é confirmado através das análises laboratoriais que revelam a presença do parasita nas fezes ou nas secreções do duodeno. Dado que as pessoas que estiveram infectadas durante muito tempo tendem a excretar os parasitas com intervalos imprevisíveis, pode ser necessário efetuar exames em série das fezes.

                            Tratamento

                            A quinacrina por via oral é muito eficaz contra a giardíase. Contudo, pode causar mal-estar gastrointestinal e, em ocasiões raríssimas, pode induzir um comportamento extremamente anormal (psicose tóxica). O metronidazol também é eficaz e tem menos efeitos colaterais, mas em alguns países não está aprovado como tratamento da giardíase. A furazolidona é menos eficaz do que a quinacrina ou o metronidazol, mas, como se apresenta sob forma líquida, pode ser administrado às crianças. As mulheres grávidas podem ser tratadas com paromomicina, porém só se os sintomas forem graves.
                            Os indivíduos que vivem com um doente afectado ou que tenham mantido contacto sexual com a referida pessoa deverão consultar um médico para efetuar uma análise e, se for necessário, iniciar um tratamento.
                            Amebíase

                            A amebíase é uma infecção do intestino grosso causada pela Entamoeba histolytica, um parasita unicelular.
                            A Entamoeba histolytica existe sob duas formas durante o seu ciclo de vida: o parasita ativo (trofozoíto) e o parasita inativo (cisto).
                            Os trofozoítos vivem entre o conteúdo intestinal e alimentam-se de bactérias ou então da parede do intestino.
                            Quando a infecção se inicia, os trofozoítos podem causar...(a figura abaixo)
                            o que faz com que saiam para fora do corpo. Uma vez fora, os frágeis trofozoítos morrem.

                            Quando o doente não tem diarreia, costumam converter-se em cistos antes de abandonarem o intestino. Se não houver tratamento, elas invadem a mucosa intestinal, destruindo os tecidos por onde passam (por isso o nome histolítica, do grego: histo = tecido e lise = romper).

                            Podendo atingir vasos sanguíneos e serem transportadas para outros órgãos, como fígado, pulmões e cérebro, onde também causam lesões que podem levar à morte

                            Os cistos são muito resistentes e podem disseminar-se quer diretamente de pessoa a pessoa, quer indiretamente através dos alimentos ou da água.

                            A transmissão direta ocorre através do contato com fezes infectadas.

                            A profilaxia consiste em medidas de saneamento básico, ingestão de água somente tratada ou fervida, frutas e verduras devem ser bem lavadas e pelo hábito permanente de lavar sempre as mãos, especialmente antes das refeições e depois de usar o banheiro.

                            As amebas comensais (E. coli, Iodamoeba butschlii e outras) podem ser encontradas no intestino do homem, sem, porém, causar-lhe mal algum.

                            Tal fato, entretanto, deve servir de alerta para que o portador tome os cuidados necessários quanto a sua forma de transmissão – a mesma das amebas patogênicas (através das fezes).

                            domingo, 24 de fevereiro de 2013

                            Parasitismo

                            Parasitismo: Indivíduos de uma espécie vivem no corpo de outro, do qual retiram alimento. Ex.: Gado e carrapato, lombrigas e vermes parasitas do ser humano.
                            A lombriga é um exemplo de parasita. É um organismo que se instala no corpo de outro (o hospedeiro) para extrair alimento, provocando-lhes doenças. Os vermes parasitas fazem a pessoa ficar mal nutrida e perder peso. Em crianças, podem prejudicar até o crescimento.
                            As adaptações ao parasitismo são assombrosas - desde a transformação das probóscides dos mosquitos num aparelho de sucção, até à redução ou mesmo desaparecimento de praticamente todos os órgãos, com exceção dos órgãos da alimentação e os reprodutores, como acontece com as tênias e lombrigas.

                                                                                 Lombriga (Ascaris lumbricoides)


                            Fonte: (http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Ecologia/relacoesecologicas4.php)