terça-feira, 14 de maio de 2013

Teníase e Cisticercose

 
Ovos de Taenia spp

A teníase, popularmente conhecida como “solitária”, é uma doença causada pela presença da forma adulta de Taenia solium ou Taenia saginata no intestino delgado do homem. Estes vermes são cestódeos que apresentam o corpo em forma de fita, sendo que a T. solium pode atingir cerca de 8 m de tamanho e a T. saginata, 12 m. O suíno e o bovino são os hospedeiros intermediários da T. solium e T. saginata, respectivamente.
A cisticercose humana é causada pela presença de formas larvárias da T. solium nos tecidos.

Manifestações clínicas

A teníase é frequentemente assintomática, sendo a infecção percebida pela eliminação de proglotes do verme. Nos casos sintomáticos a teníase pode causar dor abdominal, náusea, debilidade, perda de peso, apetite aumentado, diarréia e constipação.
As manifestações clínicas da cisticercose humana dependem da localização e do número de larvas que infectam o indivíduo, do tipo morfológico, do estágio de desenvolvimento dos cisticercos e da resposta imunológica do hospedeiro. As localizações preferenciais dos cisticercos são o sistema nervoso central e o globo ocular.

Modo de transmissão

 
Verme adulto de Taenia spp

A teníase por T. solium é adquirida por meio da ingestão de carne de porco crua ou mal cozida que contém as larvas císticas (cisticercos) e a teníase por T. saginata ocorre pela ingestão de carne bovina crua ou mal cozida que contém os cisticercos. Quando o homem ingere, acidentalmente, os ovos de T. solium em água ou alimentos contaminados, adquire a doença cisticercose.

Diagnóstico laboratorial

O diagnóstico laboratorial da teníase baseia-se no encontro de proglotes nas fezes. Os anéis de T. solium são expulsos de forma passiva, em grupos de 3 a 6 proglotes, enquanto que os da T. saginata são eliminados de forma ativa, forçando a passagem pelo orifício anal, em qualquer momento do dia ou da noite. A clarificação das proglotes com ácido acético permite o diagnóstico diferencial entre as duas espécies de Taenia, com base no aspecto e número de ramificações uterinas das proglotes.
Os ovos podem ser encontrados no exame parasitológico de fezes e pelo método da fita adesiva transparente. As técnicas imunológicas com soro e líquido cefalorraquidiano são utilizadas no diagnóstico da neurocisticercose.

ESQUISTOSSOMOSE

  • INTRODUÇÃO
Ao que se sabe, a esquistossomose é doença que acontece a espécie humana desde remota antigüidade pois, quando examinadas múmias do antigo Egito, foram encontradas leões produzidas pela doença.
O médico alemão Theodor Bilharz (1825-1862), descobriu o verme causador da doença ao qual, mais tarde, foi atribuído o nome de Schistosoma. Posteriormente, verificou-se serem cinco as espécies de Schistosoma, que causam doença no homem: Schistosoma mansoni, Schistosoma haematobium, Schistosoma japonicum, Schistosoma intercalatum e Schistosoma mekongi, das quais apenas a primeira, causadora da esquistossomose mansônica, ocorre no Brasil.
Aqui, a transmissão da doença teve inicio com a chegada dos escravos africanos, provenientes de regiões endêmicas, porém não há registros dessa época. Em 1908, o professor Manuel Augusto Pirajá da Silva (1873-1961) publicou os resultados de observações, realizadas na Bahia, relatando a ocorrência de Schistosoma mansoni em nosso país, só que o mesmo morreu antes da descoberta do medicamento. Sabe-se também que tais ocorrência coincidiam com áreas onde existiam caramujos planorbídeos.

  • NOME CIENTIFICO E POPULAR
  • O latim cientifico Schistossoma, "tipo de verme", do grego skhistos (latim schistos), "dividido, separado, fundido", e grego soma, "corpo". Origem do respectivo derivado português esquistossomose, também esquistossomíase. Formando no século XX sobre o latim cientifico Schistossomiase, sinônimo de Bilharziosis, do latim cientifico Bilharzia, popularmente conhecido como barriga d’água.

    • DISTRIBUIÇÃO
    • O esquistossomo já contaminou mais de 10 milhões de pessoas no mundo inteiro.
      Ocorre em várias partes do mundo, principalmente na região do Oriente próximo (Israel, Arábia Saudita, Iêmen, Irã, Iraque), grande parte da África (Egito, Líbia, Moçambique, Camarões, Nigéria, Angola et), Antilhas (Porto Rico, República Dominicana) e América do Sul (Venezuela e Brasil).
      No Brasil, onde é conhecida também pelos nomes de: xistosa, doença do caramujo, barriga d’água, xistosomose e bilharzíose, apresenta ampla distribuição, atingindo estados do Norte (Pará, Rondônia), todo o Nordeste brasileiro, a região Sudeste (Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espirito Santo), a região Sul (Paraná e Santa Catarina) e o Centro- Oeste (Goiás e Distrito Federal).

        • AGENTE ETIMOLÓGICO
      • Nome (científico e popular):
      • Schistossomo
      • Classificação

      • Filo Platyhelminthes, classe trematóda, gênero schistossoma, sendo três as espécies parasitas do homem:
        • Schistossoma haematobium - agente da esquistossomose ou bilharziose vesical;
        • Schistossoma mansoni - responsável pela esquistossomose chamada intestinal e
        • Schistossoma japonicum - produtora da esquistossomose japônica ou moléstia katayama.
        1. Habitat natural e/ou hospedeiro definitivo
        2. Os vermes adultos habitam principalmente o conjunto de vasos que liga o intestino ao fígado (sistema porta-hepático).
        3. Morfologia
        4. Os trematodos apresentam simetria bilateral e três tecidos embrionárionários: ectoderma, endoderma e mesoderma. A ectoderma forma a epiderme, a endoderma origina o intestino e a mesoderma origina o mesênquima, tecido que preenche o corpo e forma os órgãos internos (como os reprodutores por exemplo). Por isso, eles são denominados triblásticos ou triploblásticos. Estes platyhelminthes parasitas têm o corpo geralmente revestido por uma cutícula resistente, secretada pela epiderme, na qual não estão presentes os cílios.
        O Schistossomo macho mede cerca de 12mm de comprimento por 0,44mm de largura. É largo na posição mediana e afilado nas extremidades do corpo. Seu corpo é achatado dorsoventralmente, advindo daí sua classificação (platy, achatado + helminthes, verme). A fêmea é mais comprida e fina que o macho e mede 1,5mm por 0,16mm.
        Em sua região anterior, existem estruturas especializadas na fixação do verme ao hospedeiro, as ventosas.
      • Reprodução

      • Apresentam-se sexualmente diferenciados, portanto com reprodução sexuada, com desenvolvimento indireto, observando-se no macho uma fenda longitudinal chamada canal ginecóforo , onde a fêmea se aloja na cópula e fica instalada a maioria do tempo. Esse canal facilita a reprodução. Cada fêmea pode colocar até 400 ovos por dia que são liberados nas fezes das pessoas doentes.

        • HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO

          1. Nome (científico e popular)
          2. Biomphalaria glabrata
            (mais importante); Biomphalaria tenagophala e Biomphalaria straminea. Vulgarmente conhecimento como caracol ou caramujo.
            b) Classificação

            Filo Mollusca, classe Gastrópoda, família Planorbidae, gênero Biomphalaria, espécie glabratus, boissyi
            c) Habitat natural

            Valas e remansos dos córregos, onde a água seja escassa.
            d) Hábitos

            Estes animais de água doce vivem geralmente longe da luz solar.
            e) Morfologia

            Seu pé liga-se diretamente à massa visceral. A massa visceral está contida na concha, que fica em posição dorsal e que geralmente apresenta-se enrolada em espiral. Na cabeça dos caramujos existem dois pares de tentáculos maiores (ou na base destes).
            f) Alimentação

            Material orgânico
            g) Reprodução

            Os gastrópodes aquáticos apresentam desenvolvimento indireto, passando por duas formas larvais.
            No interior da massa visceral, normalmente no ápice da concha, encontra-se a gônada única e hermafrodita, que produz óvulos e espermatozóides, sendo por isso chamada ovoteste. Do ovoteste, parte o duto hermafrodita, que se abre na camara da fecundação; desta partem dois dutos: o duto deferente, que leva os espermatozóides até o poro genital comum, onde se encontra o pênis, e o oviduto, que desemboca na vagina, que, por sua vez, abre-se no poro genital comum. Da porção da vagina próxima ao oviduto, parte um duto, que forma, na extremidade, a espermateca ou receptáculo seminal. Anexa ao aparelho reprodutor na altura da câmara de fecundação abre-se a glândula albuminosa.
            A reprodução sexuada começa com a aproximação dos dois indivíduos, que justapõe os poros genitais; cada um dos copulantes introduz seu pênis no poro genital do parceiro e ocorre a transferência recíproca de um espermatóforo, que é um pacote de espermatozóides. Os parceiros então se separam. Em cada um deles, os espermatozóides vão à espermateca, onde ficam armazenados. Enquanto isso, o ovoteste produz óvulos, que caminham pelo duto hermafrodita até à câmara da fecundação, onde fecundam os óvulos, que em seguida, recebem reservas da glândula albuminosa. Os ovos são então eliminados pelo poro genital. Nos moluscos gastrópodes terrestres, o desenvolvimento dos ovos é direto: a eclosão do ovo libera um pequeno molusco semelhante aos pais.
            Muitos gastrópodes aquáticos, entretanto, possuem desenvolvimento indireto, existindo dois tipos de larvas entre ovo e adulto. A primeira fase larval é chamada trocófora e posteriormente transforma-se na véliger, que afunda e transforma-se num gastrópode jovem.

            • DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
            • Uma das doenças mais graves com generalizadas infestações que assolam as populações do interior do país, atingindo cerca de 10 milhões de pessoas, é muito difundida na América Central e do Sul, principalmente Venezuela e Brasil, sobretudo no Nordeste, onde a esquistossomose é uma doença endêmica. No entanto, não é apenas nessas áreas que a doença ocorre, pois está em fase de expansão em nosso território, expandindo através das migrações dos doentes às precárias condições de vida da população rural brasileira.

              • CICLO EVOLUTIVO
              • Desenvolve-se em duas fases: uma no interior do caramujo e outra no organismo do homem. Este, quando doente, elimina ovos do verme juntamente com as fezes. Em contato com a água, os ovos rompem-se e libertam os miracídios que são larvas ciliadas, que nadam ativamente e penetram nas partes moles do caramujos.
                Depois de 30 dias, após a contaminação do caramujo, os ovos do Schistossoma libertam larvas microscópicas, ciliadas, chamadas de miracidio, que completam o seu ciclo vital em apenas 48 horas. Se não encontram um hospedeiro intermediário, essas larvas, incapazes de infestar o homem, morrem. Mas se encontram o hospedeiro apropriado, nele penetram e aí continuam o seu ciclo evolutivo formando esporocistos dando origem até 300 mil novas larvas que retornam ao meio líquido, estas sim, infestantes, e denominadas cercarias (furcocercarias porque são de cauda bifurcada).
                Assim, milhares de cercarias vão deixando o corpo dos moluscos e retornam à vida aquática também por um curto espaço de tempo. As pessoas ao entrarem em contato com essas águas, ficam contaminadas. As larvas infestantes penetram através da pele, sendo o homem o hospedeiro definitivo do Schistossoma.
                No homem, as cercárias alcançam a corrente sangüínea, passando pelos pulmões, coração até chegar ao fígado.
                Lavadeiras, crianças, trabalhadores, ao entrarem em contato com essas águas, ficam contaminados. As larvas infestantes penetram através da pele ou das mucosas, atingindo as veias ou os vasos linfáticos, as cercarias já sem a cauda , começam a evoluir até as formas adultas do verme caindo a seguir na corrente sangüínea e chegando ao coração. Daí podem ser enviadas a todo o corpo, embora apenas as que chegam ao sistema porta se desenvolvam. Após cerca de um mês, já são machos e fêmeas adultos, iniciando a reprodução. Os ovos do Schistossoma, providos de um característico espinho lateral que facilita a perfuração da parede do vaso e sua penetração no intestino, são levados através dos capilares sangüíneos até as paredes intestinais. Este processo dura em torno de dez dias. No vigésimo sétimo dia, já se encontram vermes acasalados e a postura de ovos pode começar no trigésimo dia. A partir do quadragésimo dia, ovos podem ser encontrados nas fezes.
                Ao cabo de algum tempo a mucosa é atravessada, chegando à luz do intestino grosso, de onde são expelidos juntamente com as fezes.

                • TRANSMISSÃO
                • O veículo de transmissão do agente infeccioso são as águas contaminadas por larvas infestantes.
                  Depende: da presença de portador humano, eliminando ovos do verme nas fezes; da existência de hospedeiro intermediário, que é o caramujo e, finalmente, do contato do homem com a água contendo cercárias de S. mansoni.

                  • PERÍODO DE INCUBAÇÃO
                  • Geralmente é de quatro a seis semanas após a infeção.

                    • PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE
                    • O homem, uma vez infectado, pode continuar eliminando ovos por vários anos, particularmente se ocorrer reinfecção.

                      • PRINCIPAIS SINTOMATOLOGIAS DA DOENÇA
                      • As hemorragias digestivas representam as manifestações clínicas mais importantes dessa forma da doença. A apalpação do abdômen revela hépato e esplenomegalia. Certos pacientes, com hipertensão porta, apresentam atraso no seu crescimento, hipoplasia genital, sendo comum, também, a amenorréia. As varizes do esôfago são vistas ao exame radiológico e a esplenoportografia coloca em evidência grande parte do sistema porta, extra e intra-hepática e da circulação hepática. Numa hipertensão porta, acompanhada de uma esplenomegalia, o quadro hematológico é bem definido, caracterizado principalmente pelas citopenias periféricas, isoladas ou combinadas, ao lado das alterações medulares correspondentes. O proteinograma revela habitualmente diminuição da albumina e aumento da fração de gama. Citadas as principais manifestações, é então necessário saber que a doença tem duas fases: a aguda e a crônica.
                        A fase aguda, geralmente só é percebida em pessoas de área não endêmica e depende do número de cercárias infectantes. Inicialmente, surge coceira e vermelhidão no local de penetração da cercária. O infectado pode apresentar febre, suor frio, dor de cabeça, dores musculares, cansaço, perda de apetite, emagrecimento, tosse, dores de barriga. Algumas pessoas relatam enjôos e vômitos. Há emagrecimento, o fígado fica um pouco aumentado e doloroso a palpação.
                        A fase crônica é em geral assintomática, ocorrendo eventualmente diarréia alternada com prisão de ventre. A doença, no entanto, evolui para formas graves, sendo uma delas a hipertensão porta. Nessa forma há alterações no fígado com aumento de seu tamanho (hepatomegalia) e posterior cirrose (lesões graves). Há também aumento do volume do baço (esplenomegalia) e hemorragias por rompimento de vasos no esôfago. Nessa fase aumenta o volume abdominal por extravasamento de plasma sangüíneo (ascite); motivo pelo qual a doença é vulgarmente conhecida como barriga d'água.

                        • TRATAMENTO
                        • Atualmente conta-se com dois medicamentos para o tratamento da esquistossomose mansônica. A primeira escolha é o oxamniquine, administrado por via oral. O medicamento deve ser tomada após as refeições e pode apresentar como efeitos colaterais: tonturas, enjôos, vômitos e sonolência. É contra-indicado para mulheres grávidas ou que estejam amamentando. A segunda escolha é o praziquantel.
                          O controle de cura deve ser feito através de exames de fezes até seis meses após o tratamento.

                          • MEDIDAS DE PROFILAXIA E CONTROLE DA DOENÇA
                          • No combate à esquistossomose várias medidas teriam de ser adotadas e seguidas com decisão e perseverança. Entre elas as seguintes:
                            - Destruição sistemática dos hospedeiros intermediários no seu habitat natural pelo uso de substâncias moluscocidas, pela drenagem de lagos e córregos ou pelo emprego de um peixe, a tilápia, que se alimenta desse molusco combate ilógico.
                            - Identificar as áreas contaminadas e submetê-las a processos de saneamento. Evitar por todos os meios a utilização de águas infestadas e possibilitar a utilização pelos trabalhadores, de botas, luvas e mesmo roupas protetoras, quando houver necessidade de nelas trabalhar.
                            - Evitar que os excrementos de pessoas portadoras da doença possam ser carregados pela água das chuvas, fazendo instalar esgotos que sejam submetidos à esterilização ou através de campanhas educativas que induzam à utilização de fossas pelas populações que vivem nas áreas contaminadas.
                            - Mantenha a casa limpa, não ande, descalço, cuide bem das plantas e animais e beba água filtrada ou fervida.
                            Como foi possível de observar, as medidas de profilaxia consistem basicamente em medidas preventivas, de fundamental educação sanitária das populações sobre o modo de transmissão da doença, mas pode-se acrescer o fato de que a cura já foi descoberta. Trata-se do hicantone, substância quimioterápica de eficiência comprovada na maioria dos casos.

                            

                            quarta-feira, 8 de maio de 2013

                            Vacina Nacional Contra a Gripe

                            Vacina nacional contra a gripe foi prorrogada até 10 de maio.
                            Publico alvo: Idosos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), crianças de seis meses a dois anos, Indígenas, Trabalhadores da aréa da saúde e pessoas com doenças crônicas. Procure o posto de saúde mais próximo da sua casa. obs: Não esqueça de levar o cartão de vacina.


                            Atenciosamente: Amigos da Enfermagem, Unicel - Faculdade Literatus.

                            sábado, 4 de maio de 2013

                            Enterobíase ou Oxiurose

                                                           

                                                 Enterobiose

                            Enterobíase/Enterobiose ou Oxiurose/Oxiuríase é o nome da infecção causada poroxiúros  (Enterobius vermiculares, vermes nematódeos com menos de 15mm de comprimento e que parasitam o intestino humano. É uma das doenças parasitárias mais comuns do mundo, sendo frequente mesmo em países desenvolvidos, atingindo cerca de 11-21% da população por ano, sendo mais comum em crianças pequenas.
                            Enterobíase
                            Macho e fêmea do Enterobius vermicularis. A fêmea mede 10mm e o macho entre 3 e 5mm.
                            Classificação e recursos externos






                            Causas


                            O oxiúro é um verme nematoide pequeno e fusiforme. As fêmeas têm cerca de 1 centímetro e cauda longa, enquanto os machos apenas 3 milímetros.
                            Após deglutição dos ovos, as formas adultas formam-se no intestino. Aí macho e fêmea acasalam, guardando a fêmea os ovos fecundados. O macho morre após a cópula e é expulso junto com as fezes. A fêmea então migra para o cólon distal e para o recto. De noite a fêmea sai do recto passando pelo esfincter e deposita os ovos na mucosa anal e pele perianal, do lado externo do corpo, voltando depois para dentro. Este processo é extremamente irritante porque o contrário da mucosa do intestino, mucosa anal e a pele são muito sensíveis, de forma consciente, e os movimentos da fêmea são percebidos pelo hospede como prurido.
                            As fêmeas põem mais de 10.000 ovos (40 micrómetros) que são lavados ou ficam agarrados à roupa interior, caem e misturam-se no pó, ou podem ainda ser levados pelas fezes. É comum em casos de diarreia ou fezes moles, saírem fêmeas adultas também com as fezes, que são visíveis movendo-se à superfície da água da sanita ou vaso sanitario.

                            Transmissão


                            Por água, alimentos, poeira ou objetos levados a boca contaminados com os vermes. As fêmeas produzem grande quantidade de ovos na região perianal. Os ovos são transparentes, muito resistentes, leves e conseguem resistir até três semanas em ambientes domésticos. Crianças pequenas que coçam a área e colocam os dedos na boca podem se recontamina mais de uma vez.
                            Crianças em idade pré-escolar ou escolar e pessoas que cuidam dessas crianças são os mais afetados. A dificuldade em eliminar os ovos, impedir reinfecções, medicar todos infectados, mesmo os assintomáticos, e impedir a importação de novos vermes torna essa doença extremamente difícil de ser eliminada. Mais de 1 bilhão já foram infectados em todo o mundo, mas como os sintomas são pouco incômodos.

                            Progressão


                            Os vermes adultos vivem no intestino grosso e, após a cópula, o macho é eliminado. As fêmeas fecundadas não fazem oviposição no intestino e têm seu útero abarrotado com aproximadamente 11.000 ovos. Em um determinado momento o parasita se desprende do ceco e é arrastado para a região anal e perianal, onde se fixa e libera grande quantidade de ovos.
                            E vermicularis é o parasita de maior poder de infecção, pois seus ovos necessitam de apenas seis horas para se tornar infectantes.
                            Ao serem ingeridos, os ovos sofrem a ação do suco gástrico e duodenal, libertando as larvas que se dirigem ao ceco, onde se fixam e evoluem até o estágio adulto. A duração do ciclo é em média de 30 a 50 dias.

                            Sinais e Sintomas

                            O sintoma característico da enterobíase é o prurido anal, que se exacerba no período noturno devido à movimentação do parasita pelo calor do leito, produzindo um quadro de irritabilidade e insônia. Outros sintomas comuns são:

                            • Coceira no ânus,
                            • Enjoo/náusea,
                            • Vômitos,
                            • Dores abdominais,
                            • Cólicas;
                            Em alguns casos ocorrem sangue nas fezes. É comum também que não hajam sintomas além da coceira anal.
                            Nas mulheres, o verme pode migrar da região anal para a genital, ocasionando prurido vulvar, corrimento vaginal, eventualmente infecção do trato urinário, e até excitação sexual. Apesar da sintomatologia, não se verifica eosinofilia periférica e os níveis de IgE em patamares dentro da normalidade, com exceção de estudo de infecção massiva promovendo uma alta elevação de IgE sangüínea e contagem de eosinófilos.

                            Diagnóstico


                            O método de escolha utilizado para o diagnóstico da enterobíase difere em relação às outras verminoses em geral. As técnicas habituais de demonstração de ovos de helmintos não apresentam positividade superior a 5% dos casos, uma vez que as fêmeas não fazem oviposição no intestino.
                            Pode-se usar uma fita de celofane adesiva e transparente, ou fita gomada, para detectar ovos na região anal. A outra técnica não habitual descrita na literatura é chamada de vaselina-parafina (VASPAR). Adota-se como padrão da colheita do material pela manhã, antes de o paciente defecar ou tomar um banho. Caso não seja possível tal procedimento, pode-se optar pela coleta após o paciente ter se deitado. Este material é então analisado em microscópio para confirmar a presença do parasita.

                            Tratamento

                             O mebendazol é administrado por via oral, 100 mg, independente da idade do paciente, apresentando eficácia de 90 a 100% de cura, com raros efeitos colaterais. O albendazol é receitado na dose de 400 mg, também independente da idade, e proporcionando taxa de cura também perto dos 100%. Náuseas, vômitos, diarréia, secura na boca e prurido cutâneo podem surgir após a ingestão, porém é raro o seu acometimento.


                            Prevenção

                            A higiene permite reduzir a probabilidade de contaminação, assim como a limpeza frequente dos quartos das crianças e sobretudo em zonas em que se acumula o pó como debaixo da mobilia e ao redor de portas. É preferivel limpar com pano molhado de modo a não levantar pó que pode ser inalado ao varrer. As roupas das crianças devem ser trocadas frequentemente, e as suas unhas cortadas de modo a não reter ovos ao coçar.